domingo, 2 de junho de 2013

CARMA MARIO BROS

Não há propriedade em se advogar dono da verdade.

Aqueles que o fizeram se utilizaram de meios hábeis para tentar explicar o inexplicável. Quero dizer, eles não tinham como dizer o óbvio de modo tão óbvio. A mente humana se restringe a estratagemas incoerentes que precisam de complexidade e não de simplicidade. Portanto somos escravos das nossas mentes, ou melhor, das ilusões que elevamos ao mais alto degrau da nossa existência e a chamamos de realidade. Por isso o uso de parábolas e fábulas para dar vazão às mentes indiscriminadoras.

Mas falando em explicações, vamos nos por em uma atitude bastante infantil para ouvir mais. Isto quanto à ilusão que chamamos de leis cármicas. Pense em tua vida como o personagem de um videogame. Ele tem que enfrentar certos obstáculos para seguir o jogo, enfrentando poços de lava fumegante ou dragões cuspidores de fogo, em alguns casos até tartarugas trôpegas. E fazemos isto tantas vezes quantas forem necessárias, aprimorando os nossos reflexos a cada morte. O personagem morre, mas o usuário – ou jogador – continua se aprimorando. Talvez nem se importe em morrer, elas são tentativas de aprimoramento que o jogador adquire, mesmo que o personagem não ache justo. Pois nós também não achamos justo o que acontece em nossas vidas.

O personagem é o ego que nos representa durante esta vida e o jogador é o ser superior que, mesmo oculto pelas ilusões do ego, está nos observando. Não estou falando de Deus – até poderia. Estou falando de algo que denominamos de estado crístico, ser búdico, a nossa essência real e assim por diante.

Assim como o jogador se põe a conhecer o ambiente do jogo e o experimenta “n” vezes até adquirir experiência, nós, ou seja, o ser superior intrínseco em nós e que está acima do ego e do personagem que representamos nesta existência, está a par dos obstáculos que enfrentaremos. E nem sempre são maus, na verdade nunca são.

Assim como o jogador conhece o jogo, a parte superior de nós também conhece o jogo da vida. Se eu dissesse destino, logo apareceriam contrariedades filosóficas. Se eu afirmasse que o livre-arbítrio suplanta aquele destino inexorável, estaria mentindo. Talvez seja algo intermediário. Em linhas gerais estabelecemos o projeto, o ambiente do jogo, mas as jogadas e a perícia do personagem são “livres”. Mesmo que seja dentro de uma realidade imposta.

Precisamos seguir o cronograma. Os defensores do carma dizem que é uma adequação aos erros e acertos do passado que criam o jogo. Porém o jogo deve atender ás necessidades do jogador.

Se eu não quiser jogar sempre o mesmo jogo, preciso escolher novos. O jogador, assim como nosso eu superior, “conhece” o jogo. Este conhecimento é importante, mas sem a experiência de jogá-lo até se atingir a perfeição, não passa de uma ideia. A prática leva á perfeição, não é o que todos dizem? Quantas vezes veremos o personagem ser derrubado pela tartaruga antes que suplantemos este obstáculo? Digo mais, quantas vezes precisaremos jogar o mesmo jogo antes de percebemos que é inútil? O carma existe, mas basta uma resolução e ele se apagará. O jogo é jogado enquanto houver personagens...


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